sábado, 8 de janeiro de 2011

Dranois 7 / Cojaa - Esperança, Esquizofrênica Em Meio Ao Caos



01 - Esquizofrenia
02 - Esquizofrenia Assistida
03 - Graça E Esperança em Meio ao Caos
04 - Raimundo, O Esperançoso, Em Meio Ao Caos
05 - Martelo, Dentista, Carpinteiro, Ladrão, Trabalhador

Esperança Esquizofrênica em meio ao Caos
(...) O fundo do poço ainda está lá, é um lugar sombrio para muitos, mas é bem tranquilo para quem pensa como nós! Antes estar preso em um lugar assim do que em uma mente em constante guerra, que a cada dia se multila mais e mais, quando o que sobra são apenas restos de algo que já era pior que mãos sem dedos e pés sem joelhos. O relógio anda em 3D, com cinco faces brilhantes rodeadas de mais vinte e dois lados constântes, apenas podendo ser contado em meses que aleijados andam e cegos se admiram com a paisagem daqui, tenho apenas quatro paredes para me preocupar nas quais vejo mais quatro portas a do canto é tranquilo enquanto na do meio se ouve pancadas, existe alguém tentando arromba-la resta saber se para acabar de uma vez com essa semi-existência ou me tirar daqui, a outra porta me trás monstros que arrepiam desde os cabelos do meu pé até o ultimo fio que um dia existio na minha cabeça, nas que restam constantemente entram as sete pragas do Egito, sempre multiplicadas por déz ou mais. Sinto grande dificuldade de contar, sinto falta desses dedos, se prestar atenção pode-se reparar que são cinco apesar dos pesares, também são cinco os tubos que entram em minhas principais veias e tiram meu sangue, um pouco a cada dia. Esses testes feitos com meu cérebro, a maquina começa a cortar meu cranio e um pedaço de maça encefálica é arrancado, examinado e feito a alho e óleo para meu almoço.
Os vermes reservados para janta são de sabor incompáravel, os como e logo sinto-os me comer por dentro, o antigo lençol que amanhecia cheio de sangue do meu estômago foi inutilizado, assim como eu, meu unico jeito de escapar fora tirado de mim, assim como meu unico jeito de viver! A violência gratuita atribuida a mim, o cheiro de morte que exala do meu ser, o desespero que sinto dessas pessoas que insistem em me perseguir, tudo isso me alimenta e me completa, tudo o que fiz antes daqui, talvez em outro planeta em uma dimensão totalmente diferente dessa, tudo isso foi culpa deles que me aconselhavam a fazer tudo, diziam que era o certo, que era sempre eles ou eu, então qualquer pedra grande o bastânte servia para o serviço, qualquer sacola de mercado se tornava meu instrumento de trabalho.
Esse que me persegue hoje, pessoas de branco que me fazem sentir como é ficar com uma sacola amarrada na cabeça, me dizendo nomes, fato e datas que mal conheço. Tento me lembrar de para que serve aquele enfeite de porcelana, aquele papel enrolado, mas não consigo. Tento entender o motivo de estar constantemente sangrando e com esse sangue amarelado que cai dos meus olhos.
Posso escrever algumas coisas usando minhas unicas ferramentas, meus dedos e unhas, esse chão já está cheio de palavras, essas paredes sobrecarregadas de frases que escuto por aqui, sei que um dia ainda vão ler isso e me compreender, vão me deixar sair daqui e me dizer pelo menos as horas, os dias, meses e anos já estão perdidos, assim como eu um dia desejei não estar.


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